«Quando Luisão chegou a Lisboa, depois da Copa América, foi claro na sua vontade de sair o Benfica. «É preciso dar o lugar aos novos» - justificou, perante o desalento da família benfiquista que via, nele, um capitão até à eternidade.
Logo surgiram as vozes de comentadores definitivos: «Uma coisa destas nunca aconteceria no FCPorto». Pois bem. Aconteceu. Falcão - uma das estrelas mais cintilantes dos dragões - atreveu-se a aproveitar o final do primeiro jogo do campeonato para manifestar, de forma inequívoca, a vontade de voar do Porto para Madrid, afirmando que era altura de experimentar um campeonato mais forte. E acrescentou: «Todos os jogadores pensam assim e quem disser o contrário está a mentir.»
Diga-se, em abono da verdade, que as declarações de Falcão são mais chocantes que as de Luisão. Em primeiro lugar, porque o FC Porto é um estado musculado e costuma controlar estes ímpetos; em segundo lugar, porque não deixa de ser estranho que um jogador como Falcão prefira um clube que não ganha nada a um clube que ganha tudo, por fim, porque Falcão assinou recentemente um contrato que garante ao FC Porto uma cláusula de rescisão maior e isso não faz qualquer sentido para um profissional que já tinha a intenção de sair do clube.
Não sei como vai o FCPorto lidar com o problema. Não tem muitas alternativas. Ou segue o exemplo do Benfica, mete Falcão a jogar e assobia para o lado, ou exerce um poder exemplar e põe Falcão no banco, ou, então, abre mão do jogador, não aceita quem traiu o espírito e a alma do dragão e vende o seu passe pelo melhor preço.»
- Vitor Serpa, jornal A Bola, 16 de Agosto de 2011.
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