Carlos Queiroz faz-me lembrar Dave Wottle. Sim, bem sei que apenas 0,0000001 da população portuguesa saberá quem é Dave Wottle. Por isso, aqui fica uma dica: vão ao youtube e coloquem <<1972 Olympic 800m Final>>. Cliquem e observem. Aos 14 segundos do filme verão um rapazola magríssimo, branquíssimo, com os calções a baloiçarem-lhe na cintura e um chapéu ridículo por cima dos cabelos louros. Agora, vejam o vídeo até ao fim: é (como já perceberam) a final dos 800 metros dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972. Vejam lá se o bom do Wottle não parece o Carlos Queiroz. Parte bem, mas depressa fica sem esperança, sempre a correr atrás de todos e, de repente, pertinho do fim da prova, talvez pelos 550 metros, começa a passar adversários atrás de adversários e, pimba, em cima da linha de meta, sagra-se campeão olímpico. É assim que vejo a qualificação portuguesa para o 'play-off', aqui personificada em Carlos Queiroz. Agora, o seleccionador nacional está como Wottle estava ao minuto 2,15 do vídeo do youtube: pertinho de ganhar a qualificação para a África do Sul, mas sem aínda a ter ganho. Falta o 'play-off'.
Carlos Queiroz faz-me lembrar, por outro lado, os Monthy Pyton. Corrijo: quem me faz lembrar os Monthy Pyton são os 'adoradores' e os 'detractores' do actual seleccionador nacional: alegram-me a vida. Tão obcecados andam com a figura de Queiroz que quase parecem Maradona, que não quer ser cinzento, apenas branco ou preto. Alguns são acrobatas tão talentosos que, como Pessoa, chegam a fingir que é dor a dor que deveras sentem. Queiroz é bom? Sim, é. Mas não é Deus. Erra? Sim, erra. Mas não é Diabo. É, apenas, um treinador.
Link do vídeo da final dos 800 metros da final dos Jogos Olímpicos de Munique:
http://www.youtube.com/watch?v=5LHid-nC45k&NR=14
domingo, 18 de outubro de 2009
Meio Anjo, meio diabo por Rogério Azevedo (in "A Bola", 18 de Outubro de 2009)
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